Popularmente conhecida como “azia”, a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é o retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, ocasionando sintomas desagradáveis. O refluxo é causado, principalmente, por alterações no esfíncter que separa o esôfago do estômago, que deveria funcionar como uma válvula para impedir o retorno dos alimentos.

Segundo a Dra. Priscila Pádua,  cirurgiã do aparelho digestivo do Hospital Santa Virgínia, quando não tratada adequadamente, a doença pode provocar esofagite (inflamação crônica da mucosa que reveste o esôfago), estenose (estreitamento da parede esofágica), úlceras, hemorragias, alteração nas células do esôfago (esôfago de Barrett) e, até mesmo, o câncer esofágico.

 

Principais sintomas

– Azia: sensação de queimação na região do estômago que irradia até a base do pescoço;

– Regurgitação: retorno do conteúdo ácido, podendo chegar até a boca;

– Dificuldade para engolir: sintoma que pode estar relacionado a alguma complicação da doença;

– Outros (menos comuns): tosse crônica, rouquidão, asma, erosão dentária e dor torácica.

 

Fatores de risco

Hérnia de hiato provocada pelo deslocamento da transição entre o esôfago e o estômago, que se projeta para dentro da cavidade torácica;

– Aumento da pressão intra-abdominal, por exemplo, na obesidade e na gestação;

Hábitos alimentares inadequados;

Tabagismo e alcoolismo.

Confira 8 dicas para evitar o refluxo:

  1. Evite refeições volumosas e alimentos gordurosos, picantes, cítricos, doces, bebidas gaseificadas, alcoólicas ou com cafeína;
  2. Parar de fumar;
  3. Evite bebe líquidos durante as refeições;
  4. Fracione a dieta, distribuindo os alimentos em pequenas quantidades por várias refeições (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar);
  5. Coma devagar e mastigue bem os alimentos;
  6. Espere cerca de 2 horas para se deitar após uma refeição;
  7. Utilize travesseiro mais alto ou eleva a cabeceira da cama em 15cm;
  8. Mantenha o peso adequado

 

Diagnóstico

Pode ser feito por meio da avaliação clínica, mas alguns exames como a Endoscopia Digestiva Alta e a pHmetria esofágica podem ajudar no diagnóstico definitivo. “Vale salientar que a endoscopia deve ser realizada por todos os pacientes com mais de 40 anos, com sintomas crônicos e na presença de sinais de alarme (dificuldade para engolir, perda de peso, vômitos, hemorragia digestiva e história familiar de câncer)”, explica Dra. Priscila Pádua, cirurgiã do aparelho digestivo do Hospital Santa Virgínia.

 

O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.

 

Clínico: inclui a administração de medicamentos que diminuem a produção de ácido pelo estômago e aceleram o esvaziamento gástrico. Além de mudanças de hábitos e alimentação adequada.

Cirúrgico: pode ser feito de maneira convencional ou por videolaparoscopia, técnica cirúrgica minimamente invasiva. Em ambos os casos, é confeccionada uma válvula antirrefluxo.

 

A médica alerta para sempre evitar a automedicação. “O remédio pode amenizar os sintomas, fazendo com que o paciente não procure o médico, atrasando assim o diagnóstico e aumentando o risco de complicações”, finaliza.